A influência das emissões indiretas nas mudanças climáticas
Entenda porque o escopo 3 é crucial na mitigação
Por Ambitus em 25/09/2023
Introdução
As mudanças climáticas têm se mostrado um dos desafios mais urgentes e complexos que a humanidade enfrenta atualmente. As emissões de gases de efeito estufa (GEE) têm um papel central no agravamento do aquecimento global, pois são geradas através de diversas atividades humanas, sendo alvo de grande preocupação para as empresas. Segundo o Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol), padrão internacional de contabilização de emissões de GEE, as emissões podem ser categorizadas em três escopos, de acordo com o controle da organização sobre a fonte emissora.
O Escopo 1 abrange as emissões diretas de gases de efeito estufa provenientes de fontes de propriedade ou controle da empresa, como as emissões geradas por instalações industriais, frota de veículos próprios, queima de combustíveis e fontes de calor; o Escopo 2 engloba as emissões indiretas relacionadas à eletricidade e energia adquiridas pela empresa, geralmente provenientes de terceiros; e o Escopo 3 trata das emissões indiretas geradas ao longo da cadeia de valor da empresa, incluindo fornecedores, transporte e distribuição de matérias-primas e produtos, resíduos gerados, entre outros.
Emissões Indiretas
Enquanto as discussões frequentemente se concentram nas emissões diretas de gases de efeito estufa, provenientes da queima de combustíveis fósseis, um aspecto muitas vezes negligenciado, mas igualmente relevante, é o papel das emissões indiretas. Essas emissões estão ligadas a processos que ocorrem em setores aparentemente distintos, mas que têm um impacto profundo no clima do nosso planeta.
As emissões indiretas de Escopo 3 foram negligenciadas durante muito tempo, mas recentemente percebeu-se a importância dessas emissões para o impacto ambiental. Iniciativas internacionais de como Science Based Targets Initiative (SBTi) e Carbon Disclosure Project (CDP), enfatizam a necessidade da incorporação do Escopo 3 aos relatórios de emissões de GEE, para que as metas de redução e neutralização de carbono possam ser alcançadas, uma vez que as emissões de Escopo 3 podem representar entre 70 a 90% da pegada de carbono total da organização.
Como identificar as emissões indiretas?
Elas geralmente surgem de maneiras menos óbvias, como produção e transporte de bens, processos industriais complexos e mudanças no uso da terra. Um dos exemplos mais importantes de emissões indiretas está na cadeia de suprimentos de produtos. Quando compramos um produto, muitas vezes não consideramos as emissões geradas ao longo de todo o processo de produção, desde a extração de matérias-primas até o transporte e a fabricação.
As mudanças no uso da terra, como o desmatamento para agricultura ou urbanização, podem resultar em enormes emissões indiretas. As florestas, por exemplo, não apenas absorvem CO², mas também atuam como sumidouros de carbono. Quando essas florestas são desmatadas ou degradadas, o carbono armazenado é liberado na atmosfera. Além disso, a conversão de ecossistemas naturais em áreas agrícolas frequentemente envolve práticas intensivas em emissões, como queima de biomassa e uso de fertilizantes nitrogenados.
O que as empresas estão adotando?
Empresas que adotam uma abordagem consciente em relação às emissões indiretas estão contribuindo para um futuro mais sustentável, considerando a pegada total de carbono de seus produtos. Enfrentar o desafio das emissões indiretas requer uma abordagem multifacetada. Primeiramente, a conscientização é essencial. Governos, empresas e indivíduos precisam reconhecer a extensão das emissões indiretas em suas atividades cotidianas.
As empresas podem adotar medidas para reduzir suas emissões de Escopo 3, começando pela avaliação de suas emissões através da realização de um de um Inventário de Carbono. Além disso, políticas que incentivem a conservação florestal e a gestão sustentável da terra são fundamentais para mitigar as emissões provenientes dessas atividades.
Conclusão
As emissões indiretas desempenham um papel fundamental nas mudanças climáticas, muitas vezes ofuscado pelas discussões sobre emissões diretas. No entanto, negligenciá-las seria um erro crítico. Para enfrentar eficazmente o desafio climático, é essencial reconhecer a complexidade das emissões indiretas e agir para mitigá-las. Isso exige a avaliação das emissões através de toda a cadeia de suprimentos da organização, que apesar de desafiador, é um passo essencial para criar um futuro mais sustentável e resiliente para as gerações futuras.
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