Guia completo para desenvolver seu inventário de carbono

Passo a passo e melhores práticas

Por Ambitus em 17/07/2023

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Introdução

À medida que a conscientização sobre as mudanças climáticas continua a crescer, a necessidade de reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE) se tornou uma prioridade global. Alguns dos principais gases de efeito estufa incluem dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e clorofluorcarbonetos(CFCs). Esses gases são liberados em larga escala na atmosfera por meio de atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), o desmatamento, a agricultura intensiva, a decomposição de resíduos orgânicos e as emissões industriais. Para enfrentar esse desafio, muitas empresas, organizações e governos estão adotando estratégias de gestão de carbono, incluindo a realização de inventários de carbono. Essa ferramenta é essencial para medir e monitorar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas a uma atividade, produto ou organização específica. Neste artigo, vamos explorar o que é um inventário de carbono, como ele é desenvolvido e por que é importante.

O que é Inventário de Carbono?

O inventário de carbono, também conhecido como inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE), é um processo de avaliação e quantificação das emissões, especialmente de dióxido de carbono (CO2), associadas a uma determinada atividade, setor econômico, organização ou região geográfica. Esse inventário é realizado para contabilizar a quantidade de GEEs liberados na atmosfera associadas a uma entidade específica, que pode ser uma empresa, uma organização, um produto, um evento ou até mesmo um país. O objetivo principal é identificar e quantificar as fontes de emissões de carbono, permitindo que medidas sejam tomadas para reduzi-las. 

Qual a importância do inventário de carbono?

Esse inventário ajuda empresas e outras partes da sociedade a entenderem melhor os impactos de suas emissões de carbono e tomarem medidas de mitigação. O relatório também é importante para promover a transparência e a responsabilidade, melhorando a reputação de uma corporação ao mostrar seu comprometimento com a sustentabilidade, e diminuir os riscos de autuações ambientais. Se houver periodicidade constante neste levantamento, o inventário pode servir como ferramenta de gestão, para que governos, instituições e empresas monitorem o progresso e controlem suas emissões. O inventário também pode incluir, além de emissões, remoções de GEE da atmosfera (sequestro de carbono), além de fornecer a base para a implementação de projetos de compensação de carbono que proporcionam retorno financeiro às empresas. Com base nas emissões calculadas, é possível determinar a quantidade de reduções de emissões necessárias para compensar as emissões não evitáveis. 

Como realizar um inventário de carbono?

Um inventário de carbono é conduzido em várias etapas. Aqui estão os passos básicos envolvidos neste processo:

  1. Definir a abrangência e o escopo: A primeira etapa é definir a abrangência, determinar os limites e as fronteiras do inventário, especificando quais emissões serão incluídas e quais serão excluídas.  A Fronteira Organizacional define os limites da companhia, já a Fronteira Operacional define as operações que emitem os GEE. O escopo abrange as emissões diretas (escopo 1), emissões indiretas provenientes do consumo de energia (escopo 2) e emissões indiretas associadas a atividades terceirizadas, como transporte ou produção de matérias-primas (escopo 3).
  2. Definir o período: Estabelecer o período de referência, ou seja o recorte de tempo da quantificação de emissões. Geralmente o período de referência é de um ano, podendo ser períodos mais curtos de monitoramento, voltados para eventos, ou gestão de metas de emissões. Para possibilitar a comparação com futuros inventários, é necessária a definição de um Ano-base de referência para acompanhamento das emissões.
  3. Identificar as fontes e sumidouros: Identificar quais unidades físicas ou processos que liberam ou removem algum gás de efeito estufa (GEE) para a atmosfera. As fontes e sumidouros devem ser identificados no primeiro inventário e revalidados anualmente. 
  4. Coletar dados: Reunir informações das fontes e sumidouros de GEE, como o consumo de energia, transportes, processos industriais e outras atividades. Esses dados podem ser obtidos por meio de medições diretas, registros contábeis, relatórios de fornecedores, dados fiscais, relatórios gerenciais e outras fontes consideradas confiáveis.
  5. Calcular as emissões: Utilizando métodos e fatores de emissão estabelecidos, os dados coletados são processados para determinar a quantidade de GEE emitidos em cada categoria. Isso geralmente envolve a conversão de diferentes tipos de emissões, como metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), em equivalentes de dióxido de carbono (CO2e) para fins de comparação.
  6. Análise e resultados: Após calcular as emissões, os resultados são analisados para identificar as principais fontes e setores que contribuem para as emissões de carbono. Isso permite que a entidade estabeleça metas de redução e implemente estratégias para diminuir seu impacto ambiental. É importante estabelecer um sistema contínuo de monitoramento das emissões para avaliar o progresso ao longo do tempo. Os resultados do Inventário de Carbono são apresentados em forma de relatórios, que podem ser publicados publicamente para a transparência da empresa. 

Ferramentas para realizar o inventário de carbono 

O processo de realizar o inventário de carbono envolve a coleta de dados precisos sobre o consumo de energia, transporte, processos industriais, resíduos e outros fatores relevantes. Para aplicar os métodos de cálculo aos dados coletados e converter os diferentes gases em equivalentes de dióxido de carbono (CO2e) usando os fatores de conversão apropriados, existem diferentes ferramentas que auxiliam este processo um tanto complexo, a mais comum é por meio de planilhas eletrônicas (Excel), disponibilizada pelo Programa Brasileiro do GHG Protocol. Porém, existem opções mais modernas, automatizadas e até mais precisas de se fazer o inventário de carbono, que são por meio de softwares específicos. Indicamos o software Ambitus, devido ao seu alto nível de precisão científica e facilidade para utilizar, e o melhor, o módulo de cálculo de emissões é gratuito! Clique aqui e comece a utilizar agora mesmo.